Trabalhos em Igrejas e Capelas no Brasil

Logo que mudou-se para o Brasil, começou a pintar telas e painéis em Igrejas e Capelas no interior do Estado de São Paulo.

Em Matão, SP, realizou seu primeiro trabalho. A Matriz de São Sebastião em Pirajuí, SP, cidade onde residia foi sua segunda obra no Brasil. Dedicou-se a ela por aproximadamente três anos.

Em Dourado, SP, a Igreja foi pintada no período de 1935 a 1937.

A Igreja de Nossa Senhora do Belém, em Descalvado, SP, foi pintada no período de 1938 a 1940. Nessa época (1939) pintou quatro quadros para a Igreja de Pirassununga, SP.

 A Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Avaré, SP, foi executada entre 1942 e 1945.

Logo depois foi a vez da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, em Araras, SP, em 1946 e 1947.

Em Cafelândia pintou a Catedral de Santa Izabel, de 1947 a 1950. Nela esculpiu anjos, o Senhor Morto e os Doze Apóstolos.

Em Aparecida de São Manuel, SP, pintou em 1950.

Em Birigui, SP, pintou a Capela de Nossa Senhora de Fátima, em 1959 e 1960.

Em Marília, SP, pintou a Capela do Colégio Sagrado Coração de Jesus e painéis na sua sala de espetáculos por volta de 1960 e 1961.

A Matriz de Guarantã, SP, foi pintada em 1962. Seu último trabalho foi a Igreja Matriz de São José, na cidade de Rolândia, estado do Paraná, em 1966.


Francisco Pavlovic estudou em Viena no início do século, conviveu, portanto, com o efervescente ambiente artístico da capital do Império Austro-Húngaro. Se sofreu influência apenas indireta de Makart, carregou sempre consigo, como demonstram alguns de seus quadros, uma influência e uma admiração pelas técnicas de Klimt.

Tal como Oskar Kokoschka em seus primeiros tempos, não deixou de levar em conta, além dos ensinamentos dos mesmos mestres de Escola, as idéias de um médico que iniciava uma nova ciência naquela mesma cidade, Sigmund Freud. Os painéis da Igreja de Pirajuí que, no seu conjunto, tratam do tema "dor e arrependimento", atestam como, usando de cores, desproporções, expressões faciais e das mãos, Pavlovic consegue os mesmos efeitos da série "retratos psicológicos" de Kokoschka.

O ambiente do Kusthistorisches Museum e do Burgthearter inspiraram Pavlovic na decoração da Igreja de Descalvado. As pinturas, as decorações ao redor delas, as cores usadas e, finalmente os arcos formam um conjunto indissociável para elevar o pensamento dos fiéis à glória dos céus.

Se para cada igreja havia um tema diferente, em todas elas colocava alguns elementos comuns: o quadro do Pai Eterno, um quadro de Santa Cecília e uma profusão de Anjos. Com o primeiro deles queria dizer, talvez, que acima de tudo está Deus. No segundo, pode-se notar que as cores são sempre mais alegres. Quem deixa de associar a música à alegria? Ou a intervalos de alívio nos encargos desta vida? E, por último os anjos. Tanto nas igrejas, como nas telas, os anjos de Pavlovic chamam a atenção. Certamente são influência da Eslovênia de sua infância. É bem possível que estivesse fazendo um esforço para trazer para sua terra adotiva, alguma beleza de sua terra natal. Se esse foi o seu intento, com certeza conseguiu atingí-lo.

Em Avaré, Pavlovic usou de todos seus recursos, de todas as técnicas aprendidas em Viena e de toda influência de Klimt e Kokoschka, para realizar sua maior obra. Com base no barroco, não deixou de usar técnicas impressionistas para exprimir, no conjunto da obra, dor, redenção e glória.

Em Birigui, associou à arquitetura moderna da igreja um estilo mais leve, com cores mais vibrantes, conforme atesta o otimismo do quadro "Jesus e as Crianças".


Adalberto Lovato
Angélica Zoqui Paulovic Sabadini



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